Amar o próximo (na sua definição mais simples) é não lhe fazer coisas que nós não gostamos que sejam feitas conosco, e só fazermos o que concordarmos com que também sejam feitas conosco. O que nós não gostamos de receber, o nosso semelhante também não deve gostar. Se respeitar-mos essa regra, nos tornaremos cooperadores um do outro ao invés de destruidores, um do outro, como tem acontecido tão freqüentemente na nossa sociedade. Precisamos entender melhor o que é amor fraternal para colhermos boa convivência pessoal, familiar e social.
É importante entendermos, entretanto, que o sentimento de amor não nasce do nada, não nasce de si mesmo, ele só nasce quando se tem verdadeiro esclarecimento e pleno entendimento sobre a respectiva situação ou pessoa em questão. Na verdade, o amor se cultiva com boa educação, muita informação e adequados esclarecimentos, humanos, sociais e religiosos. Povo sem informação, sem discernimento da verdade e sem temor a Deus, dificilmente consegue desenvolver o verdadeiro amor ao próximo.
É importante entendermos, também, que cultivar o amor ao próximo não implica em exterminar preconceitos da nossa sociedade. Tentar destruir preconceitos à força não é amar o próximo. Na década de 90, supostos defensores de direitos humanos (agindo como defensores de “anomalias humanas”) deformaram a palavra preconceito, a palavraamor, a palavra cultura e algumas outras. Parece que a intenção era confundir o significado destas palavras e abrir caminho para oficializar práticas pagãs na nossa sociedade. O que queriam, na verdade, era popularizar o homossexualismo, a infidelidade conjugal, os rituais satânicos, a prostituição em diversos níveis e outros comportamentos degradantes e imorais justificando-os como festivos e culturais.
Ainda na década de 90, algumas personalidades da mídia usaram uma máscara de amor ao próximo para condenar as discriminações de caráter preventivo e apregoar a indiscriminação total e generalizada. Tais pessoas, de ideais utópicos e estranhos, estão atribuído conotações exclusivamente pejorativas, à palavra preconceito, para desmoralizá-la e destruir seu efeito preventivo.
Uma outra questão muito importante também, e que precisa ser esclarecida é que os seres humanos podem ser corrigidos, disciplinados ou recuperados por intermédio de dois métodos diferentes: O primeiro método é o do “olho por olho e dente por dente” (justiça rígida), o segundo é o de “dar a outra face” (amor e compreensão). O primeiro método é mais apropriado durante a fase educativa, isto é, durante o período em que a pessoa em questão ainda está em fase de aprendizado. A justa punição, quando bem aplicada, induz as pessoas a enxergarem seus erros e recomeçarem novamente. Entretanto, se já tiver transcorrido o adequado período educativo, a punição, ainda que justa, pode produzir ódio e revolta por incapacidade de entendimento da pessoa “mal formada”.
Portanto, após a fase educativa a punição já não funciona mais. Nesses casos, só o amor consegue recuperar o que já estiver perdido (se ainda houver recuperação). Observe que quando uma pessoa má (ou mal formada) comete um erro e recebe uma palavra de amor e compreensão, ao invés de uma punição, ela fica envergonhada e é induzida a meditar sobre a respectiva questão. Esse momento de vergonha e meditação abre espaço para arrependimentos e uma possível recuperação, que pode reverter todo tipo de mau comportamento. No entanto, existe também um problema: se a técnica do amor e da compreensão for utilizada indiscriminadamente, durante a fase educativa, ela pode induzir os mais rebeldes a se tornarem insensíveis e sem-vergonha. Por isso, devemos usar de justiça rígida para educar, e de muito amor e compreensão para reeducar e recuperar.
Valvim M Dutra
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