11 de março de 2013

Você deixou Saudades!


Podem ser tardias as palavras, mas depois de um certo tempo pensando, resolvi escrever sobre o ìdolo do Rock Nacional que o Brasil perdeu na semana passada: Chorão.

Foram tantas críticas e homenagens despejadas na mídia após o acontecimento que respirei e tentei olhar pelo lado do próprio cantor.

Chorão teve uma vida de lutas e glórias como sua letra mesmo diz. Em entrevista ao fantástico neste último domingo (10/03/13) seu filho declarou que ele era autobiográfico.

Diante das palavras emocionadas de sua ex mulher e seu filho me veio a reflexão.

Dizem que nossa boca diz aquilo que nosso coração está cheio. Eu me perguntava por que os melhores poetas do mundo musical morreram de overdose, aids, suicídio, enfim, de vidas que precisavam urgentemente ser preenchidas de algo e não foram, motivos pessoais que os levaram a se apegar à bohemia mundana e substâncias químicas que suprissem a necessidade de algo mais.

Em momento algum vou declarar qualquer crítica, pois apesar de todos sabermos o efeito nocivo de certas substâncias em nossas vidas e nosso organismo, cada um sabe o que os leva a tomar suas decisões, sejam elas boas ou ruins.

O que me intriga é que palavras tão bonitas sairam daqueles que mais se sentiam sozinhos.
A solidão muitas vezes nos revela talentos incríveis, mas não desenvolve a felicidade de ninguém.
Muita gente deve pensar: Ele tinha família, filho, mulher, amigos e milhares de fãs que o amavam, mesmo assim reclamava que a gente nasce sozinho e morre sozinho. Escrevia sobre a fé, confiança, saudade, amor, vida e pensamento positivo.

Já reparou como nem sempre a gente diz o que o coração está cheio?

Muitas e muitas vezes estamos vazios, estamos carentes de alguma coisa e nada preenche isto. Mesmo assim não perdemos a habilidade de pensar positivo ou escrever coisas que levem boas vibrações aonde forem. 
Chorão pode ter lutado contra o mundo, lutado contra as drogas, lutado contra si, ninguém sabe sobre suas batalhas internas. O que sabemos é superficial. O contato e o carinho que seus admiradores tiveram com ele foi superficial.

São poucas as pessoas que tocam a nossa alma e muitas vezes aqueles que estão mais próximos de nós não percebe no que estamos mais frágeis e desperdiçam a chance que tem de nos salvar.
Há pessoas que aparentemente tem tudo para ser feliz, mas precisam ser salvos, precisam ser olhados mais devagar. A correria hoje em dia não nos permite tamanha preocupação com aqueles a quem dizemos amar.
Mesmo amando não temos tempo de perguntar como foi o dia ou se a pessoa está realmente feliz.
O que podemos fazer a respeito? As vezes muito, as vezes nada.

Não alego que seus afetos foram negligentes, mas será?
Penso porque observo o dia a dia de pessoas que sequer são famosos e vejo a pressa por trás de todos os relacionamentos, por trás de todas as atitudes.
A gente sente carência de atenção, de cuidado, de profundidade.
Não nos acostumamos com a rapidez dos contatos e acabamos por mergulhar em recursos alternativos que nos desligam ou ligam de forma que conseguimos acompanhar o ritmo que a vida nos cobra.
Mas a dependência de tudo, inclusive de pessoas, é algo que um dia fará você consumir uma dose tão grande que não mais te preencherá, te desligará de vez.

"Só os loucos sabem!"

Só quero dizer ao Grande Poeta, que não verá mais, que suas palavras podem ser usadas para o bem. Que suas melodias podem ser citadas como um grito de socorro para quem conhece as letras.

"Fica comigo então, não me abandona não,
Alguém te perguntou como é que foi seu dia?
Uma palavra amiga, uma noticia boa,
Isso faz falta no dia a dia,
A gente nunca sabe quem são essas pessoas..."


"Que mundo é esse que ninguém entende um sonho?
Que mundo é esse que ninguém sabe mais amar?"


Penso que mesmo a vida sendo tão efêmera, cada segundo vivido por pessoas que nos deixaram tamanha bagagem poética e musical valeu a pena. Isto, independe de suas escolhas, independe do fato de naquele momento eles terem se visto sozinhos. Não estavam. No mundo afora cada um desses artistas que tocaram os corações de seus fãs faziam parte da vida de alguém. Em cada parte que passaram e fizeram shows repletos de gente que gritava e chorava por eles, deixaram uma marca. E essa marca vai se frutificar na eterna lição de suas melodias que continuarão sendo cantadas.

Assim como Renato Russo; Cássia Eller; Cazuza; Raus Seixas; Mamonas Assassinas (que tiveram pouco tempo, mas ainda são lembrados); Bob Marley; Elvis Presley entre outros que se foram cedo demais, mas que ficaram eternizados pelas frases, letras e pensamentos guardados nos corações daqueles que se identificaram e se encantaram com o que estas grandes personalidades nos deixaram.

Van Gonzaaga


1 de março de 2013

Os olhos abertos de Themis, a Deusa da Justiça:

Themis, a deusa grega da Justiça, filha de Urano e Gaia, sem venda, era representada portando uma balança na mão direita e uma cornucópia na esquerda. Símbolo da ordem e do Direito divino, costumava-se invocá-la nos juramentos perante os magistrados. Por isso, consideravam-na a Deusa da Justiça.
A venda foi invenção dos artistas alemães do século XVI, que, por ironia, retiraram-lhe a visão. A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não eram fundamentadas na personalidade, nas qualidades ou no poder das pessoas, mas na sabedoria das leis.
Hoje, mantida ainda a venda, pretende-se conferir à estátua de Themis a imagem de uma Justiça que, cega, concede a cada um o que é seu sem conhecer o litigante. Imparcial, não distingue o sábio do analfabeto; o detentor do poder do desamparado; o forte do fraco; o maltrapilho do abastado. A todos, aplica o reto Direito.
Mas não é essa a Justiça que eu vejo. Vivo perante uma Justiça que ouve falar de injustiças, mas, por ser cega, não as vê; que, sufocada pelo excesso da demanda, demora para resolver coisas grandes e pequenas, condenando-se pela sua própria limitação. Uma Justiça que, pobre e debilitada pela falta de recursos, não tem condições materiais de atualizar-se. Uma Justiça que quer julgar, mas não pode.
Essa não é a minha Justiça.
Minha Justiça não é cega. É uma Lady de olhos abertos, ágil, acessível, altiva, democrática e efetiva. Tirando-lhe a venda, eu a liberto para que possa ver.
Por não ser necessário ser cego para fazer justiça, minha Justiça enxerga e, com olhos bons e despertos, é justa, prudente e imparcial. Ela vê a impunidade, a pobreza, o choro, o sofrimento, a tortura, os gritos de dor e a desesperança dos necessitados que lhe batem à porta. E conhece, com seus olhos espertos, de onde partem os gritos e as lamúrias, o lugar das injustiças, onde mora o desespero. Mas não só vê e conhece. Age.
A minha, é uma Justiça que reclama, chora, grita e sofre.
Uma Justiça que se emociona. E de seus olhos vertem lágrimas. Não por ser cega, mas pela angústia de não poder ser mais justa.

 
Damásio de Jesus



 

27 de fevereiro de 2013

24 de fevereiro de 2013

20 de fevereiro de 2013

...


Oração aos Moços:


...Estudante sou. Nada mais. Mau sabedor, fraco jurista, mesquinho advogado, pouco mais sei do que saber estudar, saber como se estuda, e saber que tenho estudado. Nem isso mesmo sei se saberei bem. Mas, do que tenho logrado saber, o melhor devo às manhãs madrugadas. [...] Mas, senhores, os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas idéias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas."

Rui Barbosa.

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7 de fevereiro de 2013

Linda Demais!


Eu já fui traída. Já perdoei traição.
Não me julgo mais por ter sido talvez ingênua.
Pois, sei que o sofrimento me ensinou o que é amar.
Dizem que o amor é exatamente isso: o Perdão!
É quando você reconhece que o valor daquela pessoa é tão grande em sua vida que você passa por cima de seu orgulho para tentar transformar o erro com seu perdão e o seu amor.
O ódio e a mágoa nunca tiveram poder de cura.
O perdão tem.
Eu também já errei.
Pequei, inclusive quando esqueci o meu Amor Próprio por quem não merecia.
Mas já me perdoei por isso.
Dizem que a maioria das pessoas já se machucou com a traição: Seja porque foi traído ou porque traiu.
Mas traição não é só a infidelidade carnal.
Existem inúmeras formas de desrespeito e de trair.
Trai-se quando não se dá o seu melhor para o outro.
Trai-se na frieza, na indiferença, na rispidez do cotidiano.
Trai-se quando você não deseja o bem para o outro e não faz bem a quem está contigo.
Nós, seres humanos somos complexos.
Temos fraquezas e fragilidades.
Fraqueza quando deixamos nos levar por instinto; quando não usamos a razão ou o coração; quando não sabemos controlar os ânimos em uma discussão; quando não impomos limites para nossos ciúmes, desconfianças e acusações para com aqueles que amamos.
Fragilidades quando não compreendemos o lado do outro e nos deixamos ferir por deslizes que, analisados individualmente não são tão graves, mas no contexto se tornam enormes.
Deve haver limites rígidos em um relacionamento.
E o maior deles deve ser a Confiança.
Não dá para controlar o outro. Apenas é possível conquistá-lo sempre e cada vez mais.
Para haver um casal é preciso duas pessoas.
Cada uma, com seu modo de vida, sua intimidade, seu espaço. E mesmo que queiram ocupar o mesmo lugal, não se pode invadir a individualidade do outro.
Se há amor; Há confiança!
O amor não é inconsequente, não avança os sinais vermelhos.
É preciso cultivar, alimentar, jamais sufocar.
Amor é Vida. Precisa de cuidados e até de ressucitação quando começa a perder os sinais vitais.
Já dizia os Paralamas do Sucesso: "Cuide bem do seu Amor, seja quem for!"

Van Gonzaga

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