25 de fevereiro de 2012



"No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo delicioso de se sentir que escorregava de dentro da gente e se esparramava no sorriso. Escapulia no olhar. Cantava no silêncio. Fazia florescer pés de sol no tempo encantado em que estávamos juntos. Dispensava nomes e entendimentos. Havia algo que tinha um cheiro inconfundível de alegria. De vida abraçada. De chuva quando beija a aridez. De lua quando é cheia e o céu diz estrelas. Um cheiro da paz risonha do encontro que é bom.

(…)

No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo que delatava o desejo, os quarteirões da gente todos iluminados com o fogo feliz da sensualidade, iluminadas as ruas todas que dão acesso ao lugar onde o corpo e a alma costumam se encontrar e dançar numa única canção. Havia algo que não podia ser negado, preterido, amordaçado. Algo que inaugura primavera, tanto faz se é inverno. Algo raro e precioso. Que é perfeito, ao mesmo tempo que consegue incluir todas as imperfeições. Que é lindo, ao mesmo tempo que consegue integrar as esquisitices todas que gente também tem. Havia amor e, de um jeito ou de outro, sabíamos sem nos dizer, havia chegado pra ficar.
O amor quando é amor é amor." 

Ana jacomo

Um comentário:

Tudo que me desejar de ruim baterá no peito e voltará em forma de Paz e Amor!

Retribuições à tudo que me escrever.
Beijo pra quem é de beijo.

♥)

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