6 de setembro de 2011


As pessoas vêem o direito como uma coisa muito mecânica e confesso que também estava vendo dessa forma, tendo como o maior jargão do estudante formado: "vou passar num concurso e pronto" ou "vou advogar e ganhar meu dinheirinho". Assistindo ao filme do Che: "Diários de Motocicleta" podemos perceber algumas cenas que nos fizeram refletir.

Veja como os médicos tratam a profissão deles (os médicos que amam a profissão), eles atendem qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite, sem perguntar quem é ou o que tem, eles nunca desligam o telefone, porque alguém pode precisar deles, eles deixam até a família no natal, se preciso for, pra atender quem precise, primeiro porque eles fizeram um juramento, depois porque amam o que fazem e eles fazem isso e são felizes por fazer, sentem orgulho disso. Eles querem morrer salvando vidas, isso é o mais importante de tudo, essa é sua profissão. Então comecei a pensar na nossa profissão, no Direito, e me perguntava por que não agimos igual? O direito a liberdade, ou ao salário não pago é tão parecido com o direito a vida, ou seja: viver dignamente.

Quando nosso juramento diz: "Juro, no exercício das funções de meu grau, acreditar no Direito como a melhor forma para a convivência humana, fazendo da justiça o meio de combater a violência e de socorrer os que dela precisarem, servindo a todo ser humano, sem distinção de classe social ou poder aquisitivo, buscando a paz como resultado final. E, acima de tudo, juro defender a liberdade, pois sem ela não há Direito que sobreviva, justiça que se fortaleça e nem paz que se concretize", ele jura tanto quanto o juramento de Hipócrates. Mas nossa mente é fechada durante nosso curso para não pensarmos dessa forma.

Em qualquer faculdade fecham nosso pensamento e nos ensinam pouco e esse pouco é voltado exatamente para ganhar dinheiro, seja advogando ou passando num concurso. Mas será que tem alguém que advoga desse jeito, porque ama, como os médicos amam a medicina? Seria tão importante conhecer alguém assim, porque com certeza quando a gente faz o que ama, faz bem melhor. Confesso que não tinha parado pra amar o direito ainda, pelo contrário, eu estava com a visão mecânica de que tinha que passar em alguma coisa, em algum concurso pra sentir que o curso valia a pena, e que a função de estudar o direito seria essa. Mas olhando ao redor quantas injustiças nós vemos!

Com o curso de direito nós temos a possibilidade de estudar formas de fazer a justiça. Estudar penal, constitucional, administrativo, civil é estudar o direito de um vizinho seu, um familiar, um amigo, que não está sendo respeitado, e que mais cedo ou mais tarde alguém vai precisar de nós e vai nos enxergar como um salvador de sua liberdade, de sua dignidade do salário e talvez até de sua vida.

O mais importante, no final das contas, não é a lei e sim o que vamos fazer com ela, quem vai precisar da defesa dela, a lei tem varias maneiras de ser usada, assim como um médico tem varias maneiras de fazer um tratamento. Cabe saber utilizar o que dará mais certo para a aquele tipo de problema, cabe a nós dar o melhor que temos, e o que estudamos para acabar com as injustiças, com a falta de direito, com o não-direito e com o anti-direito, cabe a nós defender a liberdade e a vida, mesmo que sejam sinônimos.


Paula Simony e Wenndell Amaral

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